Menino Chato:"Pérai pérai...eu já ouvi esse nome antes..."
Sim, é o nome dado ao NES no Japão.
Menino Chato:"Ahahahaha qualé, achei que tivesse mudado o assunto pra computadores."
Não mudei. Na escala da evolução os video games vieram antes dos computadores pessoais. Temos que lembrar que video games também são computadores, só que voltados para entretenimento grafico. O Famicom era um computador também, mas ao invez de oferecer ferramentas inuteis, ele oferecia entretenimento. O nome Famicom é uma abreviação também, o nome completo do video game da Nintendo no Japão é Family Computer. Um computador para a familia.
Ao contrario do Commondore e do Amiga, o Famicom era facil de ser instalado, facil de ser usado e muito divertido. A estratégia da Nintendo era quebrar a idéia de que jogos eletronicos deveriam vir em complexas ferramentas, retornando ao principio dos video games como o Atari.
Famicom não vinha com um monitor, eles era conectado na TV pois assim todos poderiam experimentar juntos. Vinha com um controle com poucos botões e bem confortavel. Além dee muitos jogos unicos que eram facilmente instalados.
Uma comparação do Famicom com o Commandore por exemplo, perceba como hoje chega até ser obvio como o Famicom era muito melhor que os concorrentes, mas que na época parecia o contrario. Commondore era mais robusto e tinha multifuncionalidades que o NES nem sonhava em ter(ainda). Só que o publico queria jogar, e para isso o NES era muito superior.
Antes que me chamem de louco ...
Menino Chato: "Louco..."
...em afirmar que os computadores pessoais eram mal vistos pelo publico na decada de 80, o que ocorreu é que simplesmente ninguem via um real valor em um computador pessoal em casa , exceto cientistas e estudiosos em geral. Apenas com a popularização do Windows e o pacote Office a situação mudou, isso já na década de 90.
Agora vamos viajar 20 anos no futuro!
Menino Chato: "McFly é você?"
Err... Em 2005 a Nintendo anuncia o Revolution. Mas ele revolucionaria o que afinal? A propria Nintendo!
Menino Chato: "A idéia não era revolucionar o mercado? Você mesmo disse isso seu maluco!"
Sim, eu disse. E revolucionando a Nintendo ela automaticamente revolucionaria o mercado. A idéia era simples, voltar as origens da empresa. Percebam o paralelo entre Wii e NES. Jogos de esporte, Mario 2D, jogos simples e divertidos como Wii Play. Está tudo ali, de novo! Familia novamente como foco ao invez de adultos crianças.
Agora a grande questão é: O que aconteceu com a Nintendo depois do NES? Ela, junto com a industria, se fechou no circulo vicioso de dar mais e mais pro mesmo publico. Chamo isso de sobrecarregar o consumidor. Imagine que você gosta de café. Derrepente todo mundo começa a focar em produzir café e mais café. Cafés de todos os tipos e sabores, mas ainda é café. O mesmo gosto amargo de sempre, mas com cheiros e cores diferentes. Você tem tantas opções de café que nenhum lhe agrada, não porque você não gosta mais de café, mas simplesmente por que há produtos iguais fingindo serem diferentes. Você compra um e ja tem todos, logo nenhum mais lhe agrada. Pela lógica os produtores deveriam fazer produtos diferentes, não? Errado. Fazer algo diferente é arriscado demais, então continuam com uma corrida por excelencia nos mesmos valores. Jogos com melhores graficos, mais realistas, mais cinematograficos. Sempre mais e mais nos mesmos valores estabelicidos. Não é atoa que volta e meia um novo lançamento recebe o titulo de "jogo mais incrivel de todos os tempos", claro, se baseando nesses valores que eu citei. Parte do publico é negligenciado pelo mercado simplesmente porque os valores que eles exigem não são os valores que a industria acha certo.
Menino Chato :"Ta ta onde o Revolution entra nisso?"
Bom, é evidente. Se a ideia da Nintendo é retomar valores abandonados por ela e por todos os outros desenvolvedores, ela facilmente remaria para mares onde não há a disputa fervorosa. Teria agora outros valores em disputa, mas nessa caso sem nenhum adversário ainda.
Enquanto muitos choramingavam que a Nintendo havia saído dos trilhos, estava envergonhando os seus fãs (grande coisa), ela na verdade estava retomando as origens. Não se deixe enganar, o NES recebeu as mesmas acusações que o Wii. Jogos para crianças, para mamães e velhos. Jogos para quem não sabe jogar de verdade (afinal quem sabia jogar vídeo game tinha que jogar os "divertidos" jogos dos computadores dos anos 80).
O Revolution era a retomada de valores, e não propriamente uma invensão. O Wiiremote nada mais é do que a evolução natural do controle clássico do NES. Dito e feito, o Wii se tornou o console mais vendido da Nintendo, que pertencia, vejam só, ao próprio NES.
Agora a história triste dessa epopéia. A Nintendo está entrando no circulo vicioso da industria de novo. É como se separar do cafageste que te bate e se casar com outro na esperança de que agora será diferente. A Nintendo acredita que ela tem o poder de ditar as regras do mercado agora. Basta inovar e inovar. O novo circulo vicioso da Nintendo é criar novas tendencia, sempre e sempre, mesmo que o publico não queria mais. Mesmo que o publico já esteja satisfeito com o que a Nintendo oferece em termos tecnologicos. O que o publico quer são novos jogos, o que a Nintendo quer são novas tecnologias.
Ela realmente acredita que o sucesso do Wii se deve ao valor tecnológico dos sensores de movimento, e não dos valores dos jogos. Ela acredita que o fracasso do Kinect e do Move se deve pelo fato dela ter entregado a tecnologia muito tempo antes, e não pelos jogos deles serem horríveis.
O 3DS vai fazer sucesso por ser o primeiro com 3D sem oculos, e o WiiU por ter um tablet-controle. Nesse mundo dos sonhos da Nintendo onde ela dita tendencias tecnológicas, os jogos são coadjuvantes. Ela está traindo os seus valores pela segunda vez, e pela segunda vez, vai amargurar um ostracismo de vendas.
Não se engane pelas altas vendas de fim de ano do 3DS. Mario Kart 7 foi o principal responsavel pela essas altas nas vendas, lembrando que até o Game Cube explodiu em vendas com Mario Kart.
Uma pena que o ciclo vicioso da Nintendo voltou, ou talvez nunca tenha saído de fato, apenas tenha diminuido. É como diz o velho ditado: Chegar ao topo é facíl, se manter nele que é difícil.
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